quinta-feira, 14 de julho de 2011

Manifesto da União da Juventude Comunista ao 52° Conune.

Manifesto da União da Juventude Comunista ao 52° Conune.

Apresentação:

Este manifesto é fruto das diversas experiências nas lutas cotidianas estudantis por este país da União da Juventude Comunista e de estudantes que mesmo sem nenhum vínculo orgânico apóiam, criticam e constroem juntos um outro projeto de universidade e sociedade. Fundada em 1927, a UJC participou ativamente dos grandes debates e eventos de nossa história: dentre estes a própria fundação da UNE, a campanha do “Petróleo tem que ser nosso!”, a luta contra a ditadura civil-militar, a resistência ao neo liberalismo e suas conseqüências nefastas na educação,etc.

Hoje a UJC constrói o seminário nacional de universidade popular. Trata se não de criar aparelhos paralelos no seio do movimento estudantil mas reiniciarmos um movimento político na área da educação na perspectiva de uma alternativa educacional para além da lógica do capital que impera hoje nas discussões apresentadas pela maior parte do M.E e na sociedade brasileira.

Pautamos nossas considerações e nossa atuação pelo princípio da análise dialética da sociedade, o papel da educação e do movimento estudantil na luta de classes. Aqui estão expressos muitos dos nossos princípios para traçarmos nossos objetivos com luta, proposição política. Não temos ilusões, para superar nossos problemas educacionais que são estruturais é apenas através da luta pela Revolução Socialista!


Conjuntura: A crise estrutural do capitalismo e a alternativa socialista!

Na Europa, na Ásia e nas Américas, particularmente nas duas últimas décadas, o capitalismo tem massacrado os trabalhadores e os estudantes com suas políticas neoliberais homogêneas e homogeneizantes. A fórmula universal do FMI, montada sobre a redução do tamanho do estado e sobre as políticas de ajuste fiscal, impõe como centro das políticas públicas dos governos as privatizações, a entrega dos recursos naturais de povos e nações em favor dos grandes interesses privados multinacionais, o desmonte dos serviços públicos, em especial da educação e sua mercantilização, e a obsessão constante de retirar direitos e precarizar a vida dos trabalhadores e da juventude. Esta é a situação mundial vivenciada da Grécia ao México, da Finlândia ao Brasil. Através dos mecanismos da dívida dos estados e de compromissos contratuais, o Banco Mundial eleva-se como a instância operacional para a implementação global das políticas elaboradas pelas agências do FMI.

A crise econômica mundial continua a fazer estragos em vários países, como resultado do regime de economia de mercado, o qual coloca em risco a sobrevivência da espécie humana, ao desprezar as necessidades básicas dos trabalhadores e da juventude, apenas para garantir a manutenção dos enormes lucros obtidos por bancos e grandes corporações capitalistas. O recrudescimento da crise internacional do capitalismo deverá encontrar no Brasil um governo não mais disposto a liberar crédito para aumentar o consumo (na verdade, uma política de endividamento crescente da população em favor do lucro dos bancos e da cooptação das camadas populares para a ilusória sensação de melhoria das condições de vida).

O Governo Dilma, em suas primeiras ações, voltou a atender prioritariamente as vontades e necessidades dos grandes banqueiros e empresas nacionais e multinacionais, optou por um salário mínimo de R$ 545,00 (praticamente 0% de reajuste, em termos reais) e, sob os argumentos de combate ao “retorno da inflação” e ao desequilíbrio das contas públicas, cortou cerca de R$ 50 bilhões no orçamento (atingindo, como sempre, as despesas com investimentos na área social), sendo que deste valor, o equivalente a R$ 3 bilhões deixou de ser aplicado na educação, e aumentou as taxas de juros, jogando nas costas dos trabalhadores e da juventude todo o peso dos efeitos do déficit promovido pelo governo.

O que não se cortou e, pelo que tudo indica não será cortado, são os gastos com o pagamento de juros da dívida brasileira. Só no ano de 2010, o Brasil retirou cerca de 200 bilhões de reais dos cofres públicos para pagar a dívida interna, deixando de investir grande parte do PIB na melhoria das condições de vida da população. Se a economia brasileira cresceu a uma taxa recorde de 7,5% em 2010, conforme anunciado pelo IBGE, alçando o país ao posto de sétima economia do mundo, a desigualdade social aprofundou-se e o Brasil ocupa hoje a 70ª posição no ranking mundial do IDH (Índice do Desenvolvimento Humano), além de permanecer na lista dos 10 países com maior índice de desigualdade social no mundo.

Lula deu continuidade à política macroeconômica da era FHC, aplicando apenas uma política compensatória mais agressiva. Dilma segue a cartilha de Lula, com a diferença de que porá o pé no freio em relação aos gastos sociais, atendendo aos ditames do mercado mundial, em que a palavra de ordem é o ajuste fiscal, política esta que só faz rebaixar ainda mais a qualidade de vida dos trabalhadores e da juventude em todo o mundo para salvar os grandes capitalistas da crise criada por eles mesmos.

O Governo Dilma já anunciou a retomada dos leilões dos campos de petróleo e de áreas de exploração no pré-sal, mantendo a política de dilapidação dos recursos naturais brasileiros, no momento em o presidente dos Estados Unidos reafirma para o mundo a intenção de recuperar a primazia dos interesses estadunidenses e de suas empresas no mercado global.

Os primeiros meses do Governo Dilma foram também demonstrativos da crescente insatisfação de diversos grupos sociais, tais como as manifestações de estudantes e de trabalhadores em protesto contra a elevação dos preços das passagens de ônibus em várias cidades do Brasil, nas quais a violência policial sempre se faz sentir. Os trabalhadores da construção civil ligados às obras do PAC também reagiram às condições de superexploração e semiescravidão impostas pelas empreiteiras – empresas multinacionais, como a Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Mendes Júnior e outras – muitas delas financiadoras das campanhas eleitorais do PT e de seus aliados. Mais de 80 mil trabalhadores já cruzaram os braços nas obras espalhadas pelo Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. As centrais sindicais governistas, cumprindo o papel de conciliadoras, foram chamadas a combater o ânimo dos trabalhadores para assegurar a continuidade das obras, sem mais conflitos, nas obras onde estão trabalhando mais de um milhão de operários.

Na educação presenciamos alguns debates que tem pautado o movimento estudantil. Dentre eles destacamos as bandeiras de destinação de 50% do fundo social do Pré-sal para a educação e da inclusão da emenda de que garanta o investimento de 10% do PIB em educação. Sobre a primeira é importante compreendermos que ela oculta um debate anterior e de fundamental importância que diz respeito à defesa da Petrobrás 100% estatal e pública, sob controle popular. Neste sentido é preciso denunciar a continua privatização dos poços de petróleo pela ANP (hoje dirigida por Haroldo Lima – PCdoB), através dos leilões que já atingem as reservas do pré-sal.

Com relação à bandeira de 10% do PIB na educação temos de ter a clareza que o Brasil atualmente investe apenas 2,89%, e que o Governo Federal tem como projeção atingir a meta de 7% em 2020. A luta por atingirmos os 10% não consiste somente na pressão por inclusão de emendas em um Congresso Nacional extremamente conservador e fisiológico. Este patamar nesse contexto não será alcançado e se alcançado não será cumprido. Nos limites de uma sociedade capitalista, em crise, e que tende a aprofundar a exploração e a opressão sobre os trabalhadores e a juventude, os investimentos em educação serão cada vez mais restritos e limitados. Propor investimento de 10% do PIB na educação através de emendas parlamentares, sem debater a superação deste modelo de sociedade, além de uma ingenuidade é um engodo que alguns setores tentam empurrar para a juventude no sentido de mobilizá-la a pressionar o Congresso e não o sistema como um todo. Defendemos o investimento de 10% do PIB na educação, mas compreendemos que este patamar só conseguiremos alcançar em um outro modelo de organização social, o socialismo! (Hoje o único país do mundo que investe 10% do PIB em educação é Cuba).



Bandeiras de Luta:

-Contra a criminalização dos movimentos sociais;

-Contra as Políticas de socorro ao Capital através de dinheiro público por parte dos Estados;

-Por uma Petrobrás 100% estatal e sob controle dos trabalhadores.

-Leilão é privatização! Pelo fim da ANP!

-Nenhum direito a menos; avançar em novas conquistas para os trabalhadores e a juventude em todo o mundo.

-Contra a guerra imperialista na Líbia e a complacência do governo Dilma!

-Contra a ocupação imperialista no Iraque e no Afeganistão.

-Contra a ocupação militar Israelense na Palestina. Pela Autodeterminação e Soberania do Povo

Palestino;

-Solidariedade aos povos e juventudes em luta contra o Imperialismo e o Capital em todo o mundo;

• Solidariedade com a Revolução Socialista Cubana, contra o nefasto bloqueio imperialista;

-Pela libertação imediata dos 5 heróis cubanos;

• Apoio e fomento a Alternativa Bolivariana para as Américas (ALBA);

-Solidariedade a todas as organizações em luta contra o governo narco-terrorista Colombiano!

- Oposição independente ao governo Dilma!

Educação

Há séculos a classe trabalhadora é explorada, oprimida e bombardeada pela hegemonia burguesa. Educada para agir e pensar conforme os padrões da ordem estabelecida, de maneira maniqueísta e conformada com a realidade que a cerca; a realidade do trabalho assalariado, não se esclarece sobre o domínio do Capital, que tem forjado expressões políticas empenhadas em manter as relações sociais de subordinação do trabalho. Desta maneira, a formação intelectual e a técnica estão predominantemente vinculadas aos interesses da classe dominante, disciplinando e submetendo o trabalhador desde os primeiros anos, no núcleo familiar e escolar às regras de comportamento.

O surgimento da escola para o proletariado é concomitante com o surgimento da indústria e podemos ver hoje que esta relação de formação e instrução para o trabalho se mantém, porém, transformada conforme a necessidade de formação técnico/ científica da força de trabalho para o capitalismo contemporâneo.

Diante deste contexto de formação em massa para o trabalho assalariado, vemos efetivamente desde 2007 a precarização das condições de ensino e trabalho universitários através de medidas do governo como o REUNI, o PROUNI e o crescente aumento dos institutos técnicos federais. Estas medidas são, inclusive, a continuidade da subordinação do estado Brasileiro ao capital internacional que intervém na educação desde a base. Vemos uma metodologia de educação norte-americana sendo aplicada sem nenhum escrúpulo. Assim, temos um quadro de horrores para e educação.

Universidades criam cursos sem a devida estrutura (salas de aula, professores e técnicos administrativos); cursos interdisciplinares que, em três anos, formam profissionais que sabem de tudo - mas não vão além da superficialidade, como nos prova o REUNI e a educação pública; e, para contrabalancear o PROUNI, no setor privado, garantindo lucros aos empresários da educação com o apoio do Programa de Financiamento Estudantil, conhecido como FIES, um braço do estado fortalecendo o mercado da educação e deteriorando o ensino público.Desta forma, o Plano de Desenvolvimento da Educação (PED) está longe de sanar os problemas reais da sociedade, resolvendo apenas a formação técnica de força de trabalho para as empresas, além de financiar pesquisas nas mais diversas áreas voltadas aos interesses da iniciativa privada.

Nós, jovens comunistas, não somos contra e ampliação do acesso à Universidade, muito pelo contrário, defendemos o acesso e a permanência na universidade para todos que necessitam.Neste sentido, defendemos uma educação que não fragmente os conteúdos da realidade, que articule as necessidades concretas da população com o ensino, a pesquisa e as ações, em que todo o conhecimento acumulado e desenvolvido seja socializado por meio de ações em conjunto com a sociedade. Uma universidade na qual a ciência e a técnica estejam a serviço das reais necessidades da população, seja na saúde, engenharias ou humanas.

Espaço que promova a educação múltipla, percorrendo todos os aspectos da capacidade humana, fortalecendo o trabalho coletivo para o coletivo primando pela formação mental, emocional e física, pois, relacionam-se para a construção de seres coletivos que com as suas potencialidades estimuladas e caminhando conforme as necessidades sociais e suas habilidades pessoais constroem o novo. Universidade que parta das demandas reais do desenvolvimento pleno humano, a qual tentaremos apresentar a seguir.

A construção da Universidade Popular!

O debate sobre a educação no Brasil nos remete à discussão sobre que universidade nós necessitamos de acordo as demandas da maioria da população,os trabalhadores. Para a União da Juventude Comunista, é impossível dissociar a luta por uma sociedade mais justa e fraterna da luta por uma universidade popular. Cabe aos movimentos sociais e em especial àqueles ligados à educação debruçar-se sobre esse tema e apontar uma alternativa estratégica ao modelo elitista atual.

A construção da Universidade Popular passa necessariamente pela reafirmação do seu caráter público e a luta intransigente contra qualquer medida que busque torná-la privada. Uma universidade que tenha como princípio o ensino crítico, com práticas educativas que rompem com o modelo pedagógico atual e coloque a educação como instrumento de emancipação das classes subalternas.

Neste projeto a ciência e tecnologia devem voltar se para as demandas reais da maioria da população e não para os interesses mercadológicos. Uma universidade com democracia interna, que tenha espaços onde docentes, trabalhadores e estudantes possam colaborar e construir conjuntamente um forte instrumento de transformação. Uma universidade que assuma o seu papel transformador da realidade, dialogando com os mais diversos movimentos sociais com o objetivo de construir novos valores na sociedade brasileira.

Hoje se faz necessário muito mais do que a disputa fratricida entre organizações estudantis de cúpula, que os estudantes brasileiros se debrucem acerca da questão do modelo de universidade ao qual defendemos e devemos disputar este projeto na sociedade. Se o movimento estudantil em articulação com os próprios trabalhadores da universidade e os demais movimentos populares não tiver como foco a construção de um projeto de universidade de viés classista e continuar em uma defesa generalista do “ público, gratuito e de qualidade” estaremos fadados a defender uma expansão universitária que se integra perfeitamente ao modelo de desenvolvimento capitalista ao qual passa o Brasil. A Universidade que se expande é excludente, e não pressupõe uma sociedade pautada na distribuição de riquezas, mas sim em diplomas pra muitos, e ciência de ponta para poucos grupos econômicos privilegiados.

A luta pela universidade popular é plural e ampla por isso atuamos das formas mais diversas possíveis. Problematizar o acesso, rejeitando este tipo de vestibular que favorece em termos gerais quem possui dinheiro. Lutar por democracia, boas condições de permanência. Problematizar o ensino, através da participação ativa nos espaços universitários onde se discuta o conteúdo pedagógico e onde se discuta a criação de novos cursos, buscando sempre cursos que gerem massa crítica e que se orientam para demandas populares.

Sem dúvida, a pesquisa e a extensão constituem o caminho mais próximo para este tipo de disputa. A extensão é um mecanismo para levar a Universidade ao povo, e trazer o povo para dentro dela, rompendo a lógica de divórcio entre a universidade brasileira e a sociedade que a alimenta há décadas.

Propostas para Universidade Popular

Hoje o projeto de universidade que se apresenta como demanda da esquerda é o de Universidade Popular, e sua construção depende de uma clara consciência de como dialogar este projeto com a realidade concreta.

Tratemos ponto a ponto:

1- Ensino: Como é possível perceber o ensino na universidade hoje vem perdendo seu caráter metodológico, em menor ou maior grau. Não mais serve a formação de pessoas críticas capazes de realizar por conta própria o estudo e análise da realidade. Não mais se formam cientistas. Para a construção da Universidade Popular devemos ter em mente o ensino metodológico. Apenas um ensino de tal modo pode ao mesmo tempo preparar aqueles que o cursam para o mundo do trabalho ao passo que permita uma formação crítica. Sem tal curso metodológico, fica impossível uma inserção crítica no mundo do trabalho e até mesmo impossibilita que os indivíduos formados possam suprir as demandas sociais, uma vez que estas mudam conforme mudem os problemas centrais da comunidade. Para isso é imprescindível que a formação de professores e cientistas seja indissociável.

2- Pesquisa: A pesquisa na universidade não pode ser pautada, como hoje cada vez mais se torna pela taxa de lucro de alguns indivíduos e grupos empresariais. A Pesquisa de Base é fundamental para que desenvolva a ciência no país. E mesmo a pesquisa aplicada deve tomar um caráter diferente do que toma hoje. A pesquisa aplicada não pode ser voltada para demandas do mercado, isto é, não deve ser para o que é mais lucrativo. A universidade deve ter como lógica de pesquisa o que se demonstra como demanda popular. São os problemas da população, sejam eles de ordens médicas, culturais ou no âmbito do urbanismo, que devem ser solucionados. Deve-se também evitar o puro utilitarismo, isto é, o conhecimento produzido não deve ser pautado apenas pelas suas utilidades imediatas, mas pela demanda popular, e também acadêmica, que pode detectar a necessidade do estudo em determinada área. Nesse sentido, é fundamental que os alunos estejam engajados em tais produções, sempre cientes da produção científica e das demandas populares. Deve-se dizer que a produção de conhecimento é para a universidade popular uma função fundamental a ser garantida.

3- Extensão: A extensão não é como é tratado hoje, um mero apêndice da universidade. A extensão é um ponto fundamental para o funcionamento de uma Universidade Popular. Não por levar à população o que é produzido na universidade, mas sim o inverso: é justamente na extensão onde, em uma realidade em que os trabalhadores não estão organizados politicamente, a comunidade universitária poderá absorver as demandas populares, para o redirecionamento da produção acadêmica, fechando o ciclo. Não trata a extensão da produção de livros didáticos, mas sim da verdadeira integração entre a construção destes junto a um diálogo com as escolas públicas. Não é apenas a oferta de atendimento médico e garantia do espaço de estudo para futuros médicos, no Hospital Universitário, mas a utilização destes hospitais para o mapeamento de doenças mais comuns e de centrar então na prevenção destas. É na extensão que poderemos avaliar, por exemplo, qual é o meio de produção de energia mais eficaz para a realidade brasileira, levando em conta a organização urbana brasileira, as aplicações de projetos de produção e aproveitamento de energia de cada bairro. Nesse sentido, fica dada a unidade entre ensino-pesquisa-extensão que pautamos: é o curso metodológico voltado para as demandas populares, seja no caráter do ensino, da pesquisa ou extensão. É o desenvolvimento do ser humano pleno científico e consciente, capaz de intervir no mundo do trabalho e na sociedade que este gera, levando em conta não o mercado, mas as necessidades concretas do estado e do país. É a unidade que se realiza no fechamento do ciclo de conhecimento como um conhecimento social.

Bandeiras de Luta:

• EM DEFESA DE UMA UNIVERSIDADE POPULAR, PUBLICA, GRATUITA, DE QUALIDADE e LAICA.

• POR UMA REFORMA UNIVERSITARIA PAUTADA NO PLANO NACIONAL DE EDUCACAO ELABORADO PELO MOVIMENTOS SOCIAIS.

• PELA UNIVERSALIZACAO DO ACESSO DO ENSINO SUPERIOR VIABILIZADO PELA EXPANSAO DO ENSINO PUBLICO.

• PELA REGULAMENTACAO DO ENSINO PRIVADO DE ACORDO COM AS DEMANDAS SOCIAIS.

• CONTRA AS FUNDACOES PRIVADAS NAS UNIVERSIDADES E HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS .

- DINHEIRO PÚBLICO SÓ PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA

• Contra a entrada do capital estrangeiro no ensino superior

• Contra o PROUNI! PELA TRANSFERENCIA DE TODOS OS BOLSISTAS PARA AS

UNIVERSIDADE PUBLICAS.

• Por eleições diretas para reitor nas publicas e pagas!

• Pela participação dos estudantes, técnicos-administrativos e professores na formação de

Conselhos Universitários nas IPES!

• Pela livre organização dos estudantes e dos trabalhadores nas IPES!

-Contra os Cursos pagos na universidade pública!

• Boicote ao ENADE! Por uma avaliação externa e interna no processo de ensino!

• Por um Plano Nacional de Assistência Estudantil nas universidades, construído pelos estudantes!

• CONTRA QUALQUER AUMENTO DE MENSALIDADE NAS IPES.

• Pela garantia de condições de aprendizado profissional e ampliação de direitos para os estagiários


O papel do Movimento estudantil

A UJC conta hoje com presença militante em diversas universidades pelo país tanto públicas como privadas.Muitos deles presentes neste 52° Conune, somos críticos ao atual processo de tiragem de delegados ao Congresso da UNE as eleições são imperadas pela lógica das eleições diretas, a maioria destas eleições ocorrem de forma despolitizada em um ambiente propício aos acordões entre as chapas (através de negociações das forças políticas na Comissão Nacional de Credenciamento e Organização, fraudes e especulações).

Para além da disputa de delegados e cargos na UNE, queremos debater com conjunto dos estudantes e do movimento estudantil organizado a importância da unidade de ação do Movimento estudantil com o movimento sindical, popular e social ao combater aos ataques nas políticas educacionais do governo Dilma e a disputa de um outro projeto através de uma frente política com partidos,movimentos sociais, indivíduos com caráter anticapitalista e antiimperialista.

Os congressos dos estudantes universitários nos possibilitam e nos apresentam o desafio e discutir a universidade que precisamos e como o movimento estudantil deve se organizar para atingir seus objetivos. A UJC constrói o movimento nacional pela UNIVERSIDADE POPULAR que tem como perspectiva a construção de uma universidade; onde o ensino, a pesquisa e extensão estejam voltados para a superação dos principais problemas sociais que afligem as classes populares, ao nos contrapormos a mercantilização da vida causada pelo capitalismo nesta fase histórica.

Infelizmente, com chegada de Lula a presidência da república, a UNE vem apoiando incondicionalmente o Governo Federal em detrimento do apoio as mobilizações e lutas dos estudantes. O Governo do PT fez uma opção pela governabilidade conservadora, em detrimento da mobilização popular, o que fez com que o governo capitulasse frente aos interesses do grande capital tornando-se refém do jogo parlamentar, especialmente da aliança com setores da direita.Sem dúvida, hoje a UNE está amoldada à defesa desta lógica dominante, atrelada ao governo federal, ao jogo da pequena política de cúpulas. Com um histórico repleto de identificação com as causas populares, a UNE de nossos tempos mais contribui para a desorganização e despolitização dos estudantes. Prova disso é o debate meramente técnico e institucional sobre a aplicação de recursos do PIB para educação, sem apresentar nenhum projeto alternativo de educação no seu todo, sem ousar e muito menos recuperar a tradição progressista e crítica desta entidade.

Acreditamos que a construção da UNE de volta para a luta e em sintonia com as verdadeiras questões da sociedade brasileira não se concretiza pela mera disputa de cargos na entidade nem muito menos criando entidades paralelas, como o caso da anel. O debate sobre os rumos da UNE não é um debate sobre aparelhos e disputas residuais de cúpula, mas se implica na construção de um movimento político pela base- uma reconstrução do movimento estudantil brasileiro de fato- tendo como uma das pautas a necessidade de se construir um projeto educacional para além da lógica do capital e do imperialismo.

A UJC compreende a importância da organização do movimento estudantil a nível nacional e suas entidades. Os espaços unitários de discussão, organização e luta dos estudantes, como os congressos estudantis, o fórum de executivas e federações de curso, Conselhos de CA´s e DA´s, são importantes pois aglutinam as diversas expressões políticas do movimento estudantil organizado. Constituídos historicamente estes espaços devem ser ampliados e fortalecidos, favorecendo a luta dos estudantes por suas demandas, reivindicações e conquistas.

O campo cultural do ME deve ser pensado considerando o seu caráter aglutinador e como forma de expressão de diversas idéias. Devemos trabalhar com as artes sem esquecer que elas também se inserem na disputa pela hegemonia política e cultural existente na universidade e na sociedade em geral. Assim, buscamos envolver essa produção nas lutas populares sem, no entanto, desenvolver uma prática utilitarista das artes e respeitando as mais diversas técnicas e expressões. Por isso, entendemos que a Bienal de Arte e Cultura da UNE deva ser um espaço de politização e discussão de cultura. As últimas bienais mostraram não possuir esse caráter, ignorando temas centrais num debate de cultura, como a influência da indústria cultural. Apoiamos iniciativas como os CUCA’s, apesar de dentro desses espaços manter-se a mesma política que vemos em outros espaços da UNE. Mas propomos o resgate do legado dos CPC’s da UNE dos anos 60, para a formulação de novas experiências neste terreno pouco desenvolvido pelo ME de hoje.

É com estas constatações que a UJC juntamente com outros coletivos e organizações de esquerda, se esforça na construção de um outro projeto de universidade e sociabilidade na perspectiva do comunismo. Conclamamos a todos os estudantes a discutirem esta perspectiva através do SEMINÁRIO NACIONAL DE UNIVERSIDADE POPULAR a ser realizado em Porto Alegre nos dias 2,3 e 4 de setembro. Seminário que vai além do próprio isolamento do movimento estudantil, mas que se propõe a efetivar a articulação entre estudante, trabalhadores da universidade e movimentos populares a discutirem sobre a luta anticapitalista na educação através da construção do projeto de UNIVERSIDADE POPULAR.


Bandeiras:

-Todos ao I Seminário Nacional de Universidade Popular nos dias 2,3 e 4 de Setembro em Porto Alegre!

-Oposição e independência da UNE frente ao governo Dilma

- Pela reconstrução das UEE’s;

• Pela realização de CONEB’s anuais;

• Pela realização de CONEG’s bienais;

• Pela realização de debates sobre as lutas estudantis na América Latina e no Caribe, em conjunto com a OCLAE, com o objetivo de divulgar e debater a situação dos estudantes na região!

-Pela reconstrução do movimento estudantil brasileiro!




VENHA QUE A CAUSA TAMBÉM É SUA
 (ENTRE EM CONTATO COM A UJC, VENHA CONSRUIR O AMANHÃ LUTANDO HOJE)

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